A Supremacia do Design

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Algumas considerações:

Se um fato não esperado (C) é observado, contudo caso o fato (A) fosse verdade (C) seria normal, a melhor explicação é porque (A) é verdade.

1ª Nota do autor: Essas considerações são abduções, como inferências a melhor explicação, uma inferência canônica que fundamenta as ciências. Se no lançamento de um dado certo valor caí constantemente, considerando a dinâmica do objeto normal e a tendência probabilística, a melhor explicação é que o dado esteja viciado.

Se uma marca é encontrada no solo, e sua conformação é diferente das marcas que habitualmente encontramos no solo, ao passo que parece muito com marcas de pegadas, ainda que seja diferente das pegadas que já encontramos e não haja qualquer evidência direta para a sua formação, pelas características peculiares a melhor explicação é que se trata de uma pegada (mesmo que de um tipo diferente).

2ª Nota do autor: Se ao adentrarmos uma sala, vemos sobre uma mesa um saco com feijões brancos e, ao seu lado, um punhado de feijões brancos, diante disso, estimando que a hipótese de que os feijões do punhado vieram do saco representa a melhor explicação para o fato (e, além, disso, é uma boa explicação para ele), inferimos abdutivamente que essa hipótese é, muito provavelmente, verdadeira. [exemplo foi extraído de Chibeni: “A inferência abdutiva e o realismo científico.”]

Agora, a partir dessas considerações e a partir da consideração do “bad design” (problemas no design), o que propicia argumentar sobre níveis de sofisticação de design, consideremos:

Foram 15 anos para a “criação” da primeira “vida sintética” [1]. Na verdade é uma célula normal em que o conteúdo genético foi removido e inseriram o genoma sintetizado pelos cientistas. Trata-se de uma cópia. A produção de um organismo original será baseada na lógica dos organismos existentes, pois seria inconcebível para nós tal arquitetura se não pudéssemos descrevê-la e ainda está distante a fabricação de nossas próprias proteínas, porque a elaboração do design das formas é extremamente difícil.

Os pesquisadores usam as existentes na natureza e modificam conforme necessidade. Para se ter ideia a famosa CRISPR, a “ferramenta de edição de genoma”, é uma macromolécula bacteriana e seu uso é condicionado a adaptação do design às necessidades dos pesquisadores. Não há qualquer coisa desenvolvida “do zero”.

É claro que essas diferenças sobre tempo dos projetos tão heterogêneos não são adequadas para comparações. A exposição é a nível de reflexão. Enquanto milhares de cientistas trabalham em cima da vida durante décadas, com mais esforços do que para a exploração de qualquer outra coisa no Universo, o Paradoxo das Promissórias se exaspera ao infinito.

Código genético: Expectativa e predições versus a realidade.

A expectativa é sempre confrontada com a surpresa quando a interpretação dos fatos não é adequada. Praticamente toda a realidade do sistema mais sofisticado e dinâmico existente, que dá suporte a várias e mais diversas formas de vida, em favor de um “simplismo” ingênuo [2]:

Não há razão para acreditar… que o presente código é o melhor possível, e ele poderia ter facilmente alcançado sua presente forma por uma sequência de felizes acidentes.” F.H.C. Crick (1968)

Mas, parece que 30 anos depois [3] o código genético …

… exibe algo como, ou muito próximo a, uma otimização absoluta* para minimização de erro: o melhor de todos os códigos possíveis.” SJ Freeland (1999)

* “a global optimum”

É claro que seria necessário muito mais que “felizes acidentes” para se estabelecer a plataforma que sustenta toda diversidade da biosfera, mas era óbvio demais tanto quanto prejudicial para teorias evolutivas.

Inferência por Níveis de Qualidade

Quando argumentam sobre erros, falhas, problemas e outras coisas como desfavoráveis a uma interpretação de design, na verdade demonstram não saber que só o design é suscetível a essas coisas. Não existe nada disso fora do contexto de design.

Mas a parte mais interessante é que propicia uma comparação de qualidade entre os desenvolvimentos humanos e os organismos vivos. Se a taxa de erros indica ausência de design, os especialistas do mundo estão perdendo para a suposta série de “acidentes felizes”?

Bom, se a inferência ao design depende de qualidade, temos muito mais que “acidentes felizes” nas estruturas biológicas. O fato é que o código mencionado acima, com otimização absoluta, acaba tornando nula a maioria das mutações (e o próprio design das estruturas biológicas é extremamente tolerante a erros). Isso significa que esses erros considerados para a vida em sua maioria são nulos e sem qualquer efeito nas trilhões de unidades celulares onde ocorrem.

Esses fatos são impressionantes para a maioria das interpretações, contudo caso o design fosse verdade isso tudo seria normal. A melhor explicação é porque design é verdade.

 

Referências

[1] Links em post.
[2] The origin of the genetic code – F.H.C. Crick. 1968.
[3] Early fixation of an optimal genetic code – SJ Freeland et al. 1999.
[4] Andy Ganti, GE Medical Systems Dr. Anita G. Ganti. SixSigma and Healthcare.
[5] Níveis SixSigma
[6] Elie Dolgin. Human mutation rate revealed. 2009.

Autor: Júnior Eskelsen

Fonte: TDI Brasil

Imagem fonte: The Health Site

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