O que podemos aprender com a vida que Salomão levou?

O que podemos aprender com a vida que Salomão levou?
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O rei Salomão era filho do rei Davi com Bate-Seba, a viúva de Urias. O nome Salomão ou  Shlomô (do hebraico: שלמה), deriva da palavra Shalom, que significa “paz” e significa também “pacifico”. Também foi chamado de Jedidias (em árabe سليمان Sulayman) pelo profeta Natã, que significa “amável do Senhor”. (2ª Samuel 12:24-25).

Tornou-se o terceiro rei sobre Israel, começando a reinar com idade de 20 anos e governou cerca de quarenta anos (conforme cronologia bíblica, de 971 a 931 a.C). Salomão é tido como o autor de três livros do Antigo Testamento, são eles: Provérbios, Eclesiastes e Cânticos, sendo um a mais na Bíblia católica, o livro de Sabedoria. Também são atribuídos a Salomão dois salmos, o 72 e 127.

Inicialmente Salomão foi obediente às orientações de seu pai Davi (1ªReis 2:1-4), seguindo os caminhos do Senhor, e por isso recebeu de Deus o presente da sabedoria (1ªReis 3:3-28), conforme ele mesmo quis. Assim, Salomão começou seu reinado com sabedoria e justiça. Também construiu um império econômico invejável (1ªReis 10). Foi ele o responsável pela construção do Templo de Jerusalém, por volta do quarto ano de seu reinado, bem como construiu um novo Palácio Real para o Sumo Sacerdote, o Palácio da Filha de Faraó, a Casa de Cedro do Líbano e o Pórtico das Colunas.

Porém, as diversas alianças com os povos vizinhos o levaram a muitos casamentos, o que acabou prejudicando seu reinado. Salomão começou a importar os costumes religiosos das suas mil mulheres (1ªReis 11:1-8), e seu coração foi se desviando da verdade e sabedoria, pois se deixou seduzir pelos cultos pagãos. Apesar de toda glória e riqueza, Salomão viveu dias de profunda pobreza. Seu coração apartou-se do Senhor e ele passou a explorar terrivelmente o povo e sua vida se tomou uma enorme vaidade, algo sem sentido, como ele mesmo afirma em Eclesiastes 2:11:

foi correr atrás do vento.

A pobreza de um coração rico

O poder e as riquezas têm sido almejadas por muitas pessoas, de geração em geração. Muitos pensam que ao atingir um certo “status” ou uma certa independência financeira, a satisfação e o sentido da surgem naturalmente, trazendo felicidade e paz ao coração. É o pensamento de que quanto mais status e mais se tem, mais se é algo na vida. Para muitos, o importante não é a maneira como se consegue o status e a riqueza, mas o importante é “ser” e “possuir”.

Percebemos nos assaltos, sequestros, roubos, extorsões, golpes, negociatas, trapaças, sonegações, etc, que geralmente a busca é por riquezas e status, ou mesmo a continuação delas. Geralmente esse tipo de pessoa nunca se satisfaz com o que consegue acumular. É a pobreza de um coração rico.

A pobreza de um coração egocêntrico

A atuação política de Salomão e seus interesses levaram-no a um afastamento de Deus e dos ideais que antes sustentava (Eclesiastes 2:1-11). Agora vemos um homem preocupado somente com seu nome e a serviço de si mesmo. Perde-se a conta de quantas vezes aparecem no texto as expressões: “meu”, “minha”, e os verbos na primeira pessoa do singular, em alusão ao “eu”.

A pobreza de um coração rico é marcada por uma visão absoluta de si mesmo, onde descarta-se o semelhante e ignora-se Deus. Onde a expressão “serviço” deixa de existir, a não ser se for para ostentar de alguma forma seu próprio nome.

Essa postura que Salomão tomou também tem sido tomada por muitas pessoas. É uma vida egocentralizada, onde “não se move uma palha” pelas necessidades do semelhante e do necessitado. Temos em todo mundo pessoas que fazem de tudo para ter seus nomes em destaque e só se preocupam com seus próprios interesses. A vida no mundo tem se tornado cada vez mais pobre de princípios morais verdadeiros, por causa do egocentrismo de uma vida rica de coisas sem valor.

A pobreza de uma vida de futilidades

No início de seu reinado, Salomão preocupava-se com a justiça social, com a verdade, com uma política voltada para o bem-estar do povo e com a decência. Em Eclesiastes vemos a tremenda preocupação de Salomão em fazer alguma coisa. Ele procurava satisfação e paz de consciência em suas obras. Mas estas obras não lhe conferiram nada. Diz o texto:

Empreendi grandes obras, edifiquei para mim casas, plantei vinhas, fiz jardins, pomares. Fiz para mim açudes… (Eclesiastes 2:4-10).

Mas nada disso preencheu os seus anseios conforme ele mesmo reconhece no verso 11 do mesmo capítulo.

Para muitas pessoas, a vida se resume apenas a festas, férias no exterior, gastos com carros, mansões, praias particulares, banquetes em restaurantes requintados, roupas de grifes, etc… Para muita gente, isto é vida. Enquanto isso, milhares de pessoas trabalham para amenizar a fome no país. Outras acordam nas madrugadas para enfrentar as filas e as greves nos transportes urbanos das cidades. Moram em barracos nas encostas dos morros que, em épocas de chuva, desabam matando muitos. As reais necessidades humanas são desprezadas, enquanto se dá grande valor às maiores futilidades.

A pobreza de uma vida vazia

Outra realidade descrita no reinado iniciante de Salomão, era o prazer que tinha em ser instrumento de Deus para o governo do povo. Uma vez que se perde isto na vida, o homem anda desesperadamente à procura de algo que possa substituir esta realidade. Eclesiastes apresenta um Salomão boêmio, desvairado, inveterado, ébrio, alguém que forja inúmeras alternativas de prazer, para trazer gozo à sua alma (Eclesiastes 2:4-10).

Salomão lutava para tentar superar a pobreza de sua alma. É a tristeza de uma vida sem um ideal divino. Uma vida sem Deus torna-se um deserto árido, seco e sem verdor. Não pode haver prazer, nem gozo contínuo. E o homem se torna cativo, escravo de paliativos do prazer.

E desta forma que se explicam os inúmeros casos de depressão, suicídio por “overdose” (no meio elitizado principalmente), os pais de família caídos nas sarjetas, embriagados, o crescimento da prostituição, dos bordéis e motéis que incentivam a promiscuidade sexual como alternativa de prazer. As jovens que se entregam sem pudor às relações sexuais ilícitas e buscam em seguida o aborto para solucionar um problema criado pelo prazer desenfreado.

É a Síndrome de Lúcifer, bem descrita na biografia de Judas. O homem totalizando o prazer na vida vazia e sendo escravizado pela sua necessidade de prazer sem Deus.

A riqueza de um coração humilde

Entretanto, em meio às desilusões da pobreza de uma vida com riquezas, Salomão chega a mais surpreendente, feliz e sábia conclusão capaz de revestir de sentido a existência humana, tornando-a uma experiência profundamente rica. Ele conclui:

De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos, porque isto é dever de todo homem. Porque Deus há de trazer a juízo todas as obras até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más. (Eclesiastes 12:13-14).

Salomão foi, talvez, o rei mais rico e sábio que já pisou sobre a Terra, mas isso nada impediu de ser subjugado pelos prazeres mundanos, das idolatrias e do afastamento do Senhor, numa busca pela autorrealização. A sua história talvez seja um dos maiores exemplos para nós hoje, para não cometermos os mesmos erros. Afinal, Jesus também fez um grande questionamento:

Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma? (Mateus 16:26)

Fonte: trechos retirados de um sermão do Pr. Josias Moura

Imagem fonte: Historia.ro

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