Havia certa vez um grupo de ratos que vivia feliz dentro de um grande piano. Para eles, no mundo do seu piano, a música que ouviam vinha do próprio instrumento que belamente enchia de som todos os lugares escuros com beleza e harmonia. [invisível]
Num primeiro momento os ratos ficaram impressionados com aquilo. Eles extraiam conforto e admiração com o pensamento de que alguém maior do que eles pudesse estar reproduzindo aquela música. Embora invisível para eles, aquele ser estava sempre perto. Eles gostavam de pensar em um grande pianista que, por razões óbvias, eles não podiam ver.
Então, certo dia, um destemido camundongo saiu do meio dos ratos e subiu na parte superior do piano que dá para aqueles martelinhos com uma cobertura especial e voltou cheio de ideias!
– Descobri finalmente como a música é feita! Disse ele com convicção: As cordas eram o segredo! Elas firmemente estavam esticadas com tamanhos graduados, e então vibravam pela batida dos martelos e aí davam o seu efeito!
E com esta brilhante descoberta os ratinhos entenderam que deveriam fazer uma revisão de suas velhas crenças. Ninguém, a não ser os ratos mais velhos e conservadores, poderia continuar crendo naquela história do pianista invisível.
Mais tarde, um outro rato explorador conduziu a explicação para mais longe:
– Os martelos, dizia ele, é que eram o segredo, e não as cordas. O número de martelos dançando e batendo sobre as cordas é que produzia o som.
Essa era uma teoria mais complicada, mas tudo demonstrava que eles viviam em um mundo puramente mecânico e matemático.
O pianista invisível passou a ser considerado cada vez mais um mito, e quem acreditasse nele não deveria ser levado à serio.
Mas enquanto isso, lá fora, o pianista continuava tocando a sua melodia, a despeito da negação dos ratos mais inteligentes que moravam dentro do piano.
Autor: Desconhecido
Imagem fonte: Reprodução Google