por: William Lane Craig
A Navalha de Ockham (nomeada assim por causa do grande teólogo medieval Guilherme (William) de Ockham [1287-1347]) é um princípio que rege a inferência (conclusão) para a melhor explicação. Ele afirma: “Não multiplique causas além da necessidade”. Em outras palavras, não temos justificação em postular apenas as causas que sejam necessárias para explicar o fenômeno em questão. Propor outras causas seria gratuito.
Muitos ateus abusam da Navalha de Ockham dizendo que “porque o ateísmo é mais simples do que o teísmo (tendo uma entidade a menos), é o melhor ponto de vista”. Mas a Navalha de Ockham não diz: “Prefira uma teoria mais simples”. A simplicidade comprada ao preço de adequação explicativa é uma barganha de tolo. Uma teoria explicativamente adequada irá postular algumas causas adicionais para explicar o fenômeno em questão, e a Navalha de Ockham nos aconselha a não postular mais causas do que as necessários para explicar o efeito.
Naturalmente, a realidade nem sempre é simples, de modo que uma explicação mais complexa pode de fato ser o caso. Uma ilustração divertida deste fato é o livro do Sesame Street Sherlock Hemlock and the Great Twiddlebug Mystery [Sherlock Hemlock e o Mistério do Grande Twiddlebug], em que o detetive astuto inventa uma explicação fantasticamente complicada para explicar o que são, aparentemente, as sobras da festa de aniversário de uma criança. No final da história, verifica-se que a sua teoria maluca estava certa!
No entanto, a ideia é que Sherlock não estava justificando ao postular todas as suas causas fantásticas porque ele estava multiplicando causas além da necessidade. Uma explicação mais modesta era preferível. A hipótese subjacente à Navalha de Ockham é que ao eliminar as causas desnecessárias, você é mais propenso a obter a explicação correta.
1. Definição da Navalha de Ockham
Um princípio aconselhando-nos a não multiplicar causas além do necessário para explicar o fenômeno em questão.
2. Esse princípio (científico) ou teoria elimina a necessidade de deuses extras?
O ponto é que não há necessidade de deuses extras! Um é suficiente para explicar o fenômeno do surgimento do universo. Postular quaisquer deuses a mais seria gratuito. Se houvesse uma necessidade de deuses extras, então a Navalha de Ockham não eliminaria ele ou eles.
3. Como é que a Navalha de Ockham prova a existência de um Deus?
Ela não faz isso. Ela se limita a proibir nossa postulação de mais de um na ausência de qualquer evidência para eles. Nós temos nenhuma justificação em postular apenas o número de divindades necessárias para explicar o efeito. Assim, o argumento cosmológico kalam prova a existência de (pelo menos) uma divindade, e a Navalha de Ockham nos impede de postular mais.
Então, ao inferir a um Criador do universo, seria uma violação da Navalha de Ockham postular mais de um Criador, porque um Criador é suficiente para explicar o fenômeno clamando por uma explicação (isto é, o começo do universo).
2 pensamentos em “A Navalha de Ockham elimina ou prova a existência ou necessidade de Deus?”
Amém amados!
Amados na verdade a Navalha de Ockham ou Navalha de Occam é de certa forma simplista demais para assuntos complexos…
tomemos por exemplo o próprio Cristo, que era “DEUS” em forma de homem. Alguns que estudaram “As Escrituras Sagradas”, sem apelar, sem ser Cristão, consegue perceber sua existência e até já admitem que ele é o próprio “DEUS”, muito embora em sua minoria, mas em sua maioria tem até aqueles que admitem o Cristo histórico e negam a “DEUS”…
Este assunto é um tanto complexo e se partimos da premissa de que o próprio Cristo, teve seus atritos, como está descrito nas “Escrituras Sagradas”, isto é fato. Veja que para o próprio Cristo, a coisa não foi nada fácil e ele morreu ressuscitou carregando este fardo, que era o de tentar de todas as formas, salvar aqueles que estavam matando-o e olha que coisa interessante, ele ainda diz que seu fardo era leve… Ir. Rogério Silva (84) 99120-9471
Os próprios crentes quando pensam sozinhos acham a resposta certa. Eles apenas foram tão doutrinados que não conseguem aceitar as próprias conclusões. Daí partem para essa tergiversação infundada.