Richard Dawkins é um famoso cientista ateu considerado hoje como o “pai do ateísmo moderno”, ou neo-ateísmo. Ele é bem conhecido por suas críticas ao criacionismo e ao design inteligente. Em seu livro “O Relojoeiro Cego”, de 1986, critica a analogia do relojoeiro, um argumento para a existência de um criador sobrenatural baseado na complexidade dos organismos vivos. Em vez disso, ele descreve os processos evolutivos como análogos a um Relojoeiro Cego.
Ele já escreveu vários livros de divulgação científica e faz aparições regulares na televisão e no rádio, principalmente para discutir esses temas. Em seu livro “Deus, um Delírio” de 2006, Dawkins afirma que
… um criador sobrenatural quase certamente não existe e que a fé religiosa é uma ilusão — uma crença falsa e fixa.
Dawkins também é conhecido por suas declarações bem polêmicas, sobretudo no meio de informação que ele mais gosta, o Twitter.
No dia 20 de agosto/2014, ele fez críticas sobre a postura da igreja Católica na Irlanda com relação a legalização do aborto, pois de acordo com o noticiário internacional, a igreja fez um protesto naquele país contra o movimento de legalização deste ato, considerado pela maioria dos cristãos como “assassinato de inocentes” e que atualmente é ilegal neste país.
Mas depois de se envolver em uma conversa com um grande número de usuários, seus valores éticos pareciam ser um pouco descolados, entrando também na questão de aborto de bebês diagnosticados com Síndrome de Down, conforme artigo no jornal The Independent:
994 seres humanos com síndrome de Down deliberadamente mortos antes do nascimento na Inglaterra e no País de Gales em 2012 é civilizado?, Perguntou Aidan McCourt.
Sim, é muito civilizado. Estes são os fetos, diagnosticados antes que eles tenham sentimentos humanos, Dawkins respondeu.
Eu honestamente não sei o que eu faria se eu estivesse grávida de uma criança com Síndrome de Down. Dilema ético real, InYourFaceNYer entrou na conversa.
Aborte e tente novamente. Seria imoral trazê-lo para o mundo, se você tem a escolha, Dawkins twittou de volta.
Considerando tudo o que Richard Dawkins declarou, Susan E. Wills do site Aleteia lembrou o seguinte:
O comentário de Dawkins não surpreende. Afinal, ele tem uma longa história de utilitarismo. O autor de “Deus, um delírio”, enxerga o mundo da seguinte forma:
Num universo de elétrons e genes egoístas, de forças físicas cegas e de replicação genética, algumas pessoas vão se machucar, outras pessoas vão ter sorte, e você não vai encontrar nenhuma rima nem razão para isso, nem qualquer tipo de justiça. O universo que observamos tem precisamente as propriedades que são de se esperar que ele tenha, dando-se a premissa de que não existe nenhum desígnio, nenhum propósito, nenhum mal, nenhum bem, nada além de impiedosa indiferença.
Para Dawkins, quem se encaixa nisso, intelectual e impiedosamente, sobrevive e tem o imperativo moral de passar por cima do resto. Além desta visão de mundo, é bom lembrar também que Dawkins apoia o infanticídio, seja pelo motivo que for:
E quanto ao infanticídio? De um ponto de vista estritamente moral, eu não vejo objeção alguma a ele. Eu seria a favor do infanticídio.
O pai de menina com Síndrome de Down (cientista e fã dos livros do próprio Dawkins) respondeu ao “conselho” dado pelo ateu famoso:
Este leitor confessou que teria concordado com o conselho de “abortar isso”, caso o tivesse lido 18 meses antes. Ele explica:
Eu entendo de forma implícita o ponto de vista do Professor. O que ele diz continua fazendo todo o sentido lógico para mim. A conclusão dele é natural quando se aborda o dilema a partir de uma perspectiva lógica, usando-se as informações disponíveis, com uma mentalidade objetiva e (fundamentalmente) com um ponto de vista não religioso. Há 18 meses, eu teria até concordado.
Mas a chegada da minha filha, que nos surpreendeu por ter precisamente essa condição [da Síndrome de Down], fez brilhar uma luz sobre o abismo da nossa ignorância, sem falar do preconceito factualmente incorreto que subjaz a esta opinião. Ao reler a opinião do Professor, eu fico horrorizado, agora, ao pensar no que eu mesmo poderia ter feito se a doença [da minha filha] tivesse sido diagnosticada durante a gravidez [da minha mulher].
Eu sei o quanto as nossas vidas são mais plenas, agora que os nossos olhos estão abertos. Mais do que isso: eu fico espantado ao ver que tudo continua sendo absolutamente normal, tanto para nós quanto para as outras famílias que conheci.
Sem saber, o nosso bebê já nos ensinou as lições mais incríveis da nossa vida até aqui. E nós não mudaríamos literalmente nada em nossa filha, em especial no perfil genético dela. O que mudou completamente foram as minhas ideias sobre o que seria o sucesso na vida e sobre o que eu desejaria para todas as nossas crianças. Eu sempre chego à mesma conclusão: o que importa, no fim das contas, é a felicidade e a alegria, e eu sei que a Rosie vai ter isso em abundância.
Graças a ela, eu acredito que nós teremos mais condições de incentivar o sucesso da irmã dela e do irmãozinho que ela vai ter, agora que estamos livres daquela ideia de que o sucesso na vida depende da realização acadêmica, da carreira e do dinheiro. Muitas dessas coisas podem levar uma pessoa ao fracasso total, mesmo que os pais dela comemorem o ‘trabalho bem feito’.
James McCallum, o pai iluminado e orgulhoso de Rosie, questiona então o cerne da proposta eugenista de Dawkins para “solucionar” a existência de crianças deficientes:
Deveríamos então eliminar os futuros seres humanos que não se encaixam na ideia de perfeição do Professor, simplesmente porque podemos eliminá-los? Se você não conseguir o bebê perfeito, tente, tente e tente de novo? Eu quero saber quem é que vai dar a última palavra sobre o que seria o bebê perfeito.
Ironicamente, Dawkins quer começar a agir como o Ser que eles mais comumente descarta: Deus.
Propor a superioridade genética como o único modo de seleção só vai mostrar a amplitude monstruosa do oligofrênico mal-entendido que sustenta a opinião do Professor. Ele ignora a vida deliciosa, feliz, alegre e fecunda que as pessoas com Síndrome de Down têm e ignora os benefícios de aceitação que elas trazem para todos os que vivem ao seu lado.
Nós do Raciocínio Cristão, consideramos que as pessoas com Síndrome de Down são “perfeitas aos olhos do Pai”, são verdadeiros anjos que trazem mais alegria, bondade, sensibilidade e consciência a este mundo obscuro. Infelizmente, Richard Dawkins não consegue perceber isto, assim como Adolf Hitler, ele acha que o mundo é feito só para os “superiores”, só para os evoluídos – que na mentalidade moralmente perturbada deles, são as pessoas que possuem intelecto capaz de entendê-los.
O que podemos fazer?
Orar, para que este senhor ateu se arrependa de coração e entenda que está errado, devemos também orar por sua conversão, para que não se perca, este é o nosso papel enquanto cristãos. Mas também é nosso papel não ficarmos calados às atrocidades que pessoas como ele espalham pelas mídias, comunidades e faculdades, levando mais e mais pessoas “ingênuas” ao erro e a obscuridade da insensibilidade moral.
Imagem fonte: Movimento Down