A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) convidou organizações da sociedade civil para participarem de uma videoconferência no dia 16/02 com o Ministério das Relações Exteriores (MRE) e a Secretaria de Direitos Humanos (SDH), a fim de dialogarem sobre a atuação internacional do Brasil em temas de direitos humanos. A reunião ocorre seis vezes ao ano, antes e depois das sessões do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra.
Em atendimento ao convite, representei a ONG Ecoando a Voz dos Mártires [1] comparecendo à sede do Ministério Público Federal do Rio de Janeiro para tomar conhecimento dos pronunciamentos do MRE e SDH, bem como requerer posicionamento do MRE acerca de algumas questões.
Apesar de o tema “imigração” estar na pauta prioritária das discussões de direitos humanos nos países ocidentais, e do Brasil ter se comprometido publicamente a autorizar o ingresso de “número ilimitado” [2] de refugiados em nosso território, estranhamente o referido tema não constava no programa enviado para as entidades convidadas, o que gerou minha intervenção inicial solicitando sua inclusão e após deferimento do pleito manifestei breve exposição da situação dos refugiados cristãos [vídeo abaixo] que estão sendo preteridos pela comunidade internacional e notadamente ONU, que vem priorizando o assentamento de refugiados muçulmanos em países ocidentais, como ocorreu nos Estados Unidos, que no ano fiscal de 2016 (encerrado em 30 de setembro), recebeu 12.586 refugiados muçulmanos e apenas 68 cristãos e 24 yazidis, muito embora tais minorias estejam sofrendo genocídio nos territórios ocupados pelo Estado Islâmico, o que demandaria o entendimento do dever de receberem prioridade no tocante ao refúgio.
Ademais, requeri prioridade para o recebimento de refugiados cristãos, uma vez que os refugiados muçulmanos já estão sendo contemplados de forma prioritária no Ocidente, o que não acontece com cristãos e outras minorias.
No entanto, o chefe da Divisão de Recursos Humanos do MRE, Pedro Saldanha, não fez qualquer menção ao pedido em sua fala, afirmando apenas que o Brasil “vê o refugiado e não necessariamente a religião”. Contudo, Pedro esqueceu de dizer que a ONU “vê o refugiado” sob o prisma religioso ofertando preferência aos muçulmanos e o Brasil está seguindo a “cartilha” da entidade que “orienta” todos os debates de política imigratória e de refúgio.
Além disso, Pedro Saldanha afirmou que o Brasil teria participado de relatório da ONU acerca dos “massacres” de Yazidis, se negando a utilizar a qualificação correta para o que ele chama de “massacres”, que na verdade, trata-se de “genocídio” assim reconhecido pela própria ONU.
Ao ser novamente interpelado para se posicionar sobre o número de refugiados cristãos a serem recebidos e se os muçulmanos seriam maioria absoluta como acontece no Ocidente, Pedro Saldanha se esquivou afirmando que “sobre a questão dos números, isso cabe ao CONARE (Comitê Nacional para Refugiados) e não ao MRE”. Cumpre notar que a resposta do representante do MRE contraria sua colocação anterior, dizendo que o Brasil tem se manifestado nos foros internacionais sobre o tema.
Dessa forma, será que a diplomacia brasileira não sabe quantos refugiados cristãos serão autorizados a ingressar em nosso território?
Aliás, o representante do MRE nem se deu ao trabalho de anotar a pergunta para responder a posteriori dado evidente descaso para com o tema, o que não aconteceu em relação a outro questionamento de entidade pró-imigração muçulmana, que recebeu a promessa de receber informações referentes a órgão distinto e que no momento estavam indisponíveis.
Alheia à preocupação em me expressar de forma “politicamente correta”, requeri nota de condenação pela evidente violação dos direitos humanos perpetrada pela Arábia Saudita, que em 4 meses expulsou do seu território 40 mil imigrantes muçulmanos paquistaneses [3]. O pedido está fulcrado no dever moral brasileiro de se posicionar vez que integra juntamente com o reino saudita, a ASPA [4] (Cúpula América do Sul-Países Árabes), cujos objetivos falaciosos versam também sobre respeito ao Direito Internacional e às diversidades étnicas e culturais, além do ideal de tolerância [5].
Todavia, Pedro Saldanha não se pronunciou sobre o requerimento verbal, o que, por si só, demonstra a total falta de compromisso da nossa diplomacia com a questão de direitos humanos quando a violação parte de sanguinária teocracia islâmica.
Durante a reunião, Pedro Saldanha e a representante da Secretaria de Direitos Humanos demonstraram falta de conhecimento em relação a determinados temas levantados por algumas entidades, porém, o mais grave foi constatar que um país de maioria cristã se curvou à pernóstica agenda da ONU que não se importa com questões humanitárias, e serve apenas ao interesse muçulmano de islamizar o Ocidente, não exigindo que os ricos países do Golfo Pérsico recebam seus irmãos refugiados.
Se o brasileiro acatar resignadamente a decisão de um governo cujo relativismo moral fundamenta pretensas políticas humanitárias, estará sendo literalmente “culpado pelo derramamento de sangue inocente” no momento em que as maiores vítimas do descaso da ONU sucumbem diante do silêncio covarde de humanistas seletivos.
Referências:
[1] ONG Ecoando Voz dos Martires – Página Oficial Facebook
[2] YouTube – Ministro de Temer confirmou que o Brasil receberá milhares de refugiados da guerra da Síria
[3] Independent – Saudi Arabia ‘deports 40,000 Pakistani workers over terror fears’
[4] Itamaraty, Ministério das Relações Exteriores – Cúpula América do Sul-Países Árabes (ASPA)
[5] Ministério do Meio Ambiente – Cúpula América do Sul – Países Árabes (ASPA)
Imagem fonte: AlkiNews
18 pensamentos em “Governo brasileiro rejeita prioridade a refugiados cristãos para atender agenda islâmica da ONU”
Faça-se uma petição no sentido de priorizar o refúgio a cristãos.
Tal petição seria contra a atual constituição que prevê um país laico.
karina, o pedido tem sim, lastro na Constituição Federal, uma vez que a ONU está priorizando o envio de refugiados muçulmanos para o Ocidente, o que deve ocorrer com o Brasil, o que é notório pela reação do representante do MRE… isso sim, é uma afronta ao laicismo brasileiro.
Aliás, vou explicar melhor essa questão no seu comentário abaixo.
Olá, Victor! Tomaremos algumas providências nesse sentido!
“Alguma coisa esta fora da ordem, fora da Nova Ordem Mundial.”
Caetano Veloso
Ahh Caetano!
Algumas vozes já acenavam para um caminho sinistro, passando por Caetano Elis, Raulzito, Steve Jackson, George Orwell, indo até tempos mais longínquos até os apóstolos, o Messias, e se regressarmos mais, Daniel. Entre outros nomes não citados, mas que subbverteram a “ordem” para nos avisar de que algo não tão belo nos aguarda.
Mas a isso podemos tentar sobreviver.
Pois depois dessa soturna turbulência, virá o Descanso.
Como deixar claro que o povo brasileiro deseja a entrada de refugiados cristãos em seu território sem cair no “politicamente correto” e responder como islamofobia o pedido? A prioridade deve ser essa, uma vez que somos um país predominantemente cristão.
O Brasil e os Brasileiros não tem nenhuma obrigação de receber refugiados muçulmanos !!!
Na minha visão o Brasil deveria receber somente refugiados cristãos , existem 40 países muçulmanos que possuem a mesma cultura,religião e costumes, dentre eles alguns mais ricos do mundo como Emirados Árabes ,Catar e Arábia Saudita e até agora somente a Turquia acolheu, mesmo assim servindo como passagem pela Europa.
Outra questão é grave crise econômica,moral,de saúde e de violência a qual o país está passando com 13 milhões de desempregados , devemos cuidar primeiro de nossos irmãos brasileiros e depois dos outros.
Outra situação é tumulto que essas pessoas de cultura diferente trazem na Alemanha em apenas 1 anos cometeram mais 142mil crimes , com as leis alemãs sendo conivente e mídia acobertando os fatos
O povo Brasileiro majoritariamente Cristão deve se manifestar com veemência contra essa invasão que ja causa distúrbios pela Europa
predominantemente cristão, porém LAICO! A religião dessas pessoas não importa, e sim sua condição humana. Você como cristão devia saber disso!
Karina, como infelizmente vc teve dificuldade de compreender o teor do texto, vou lhe explicitar as nuances que não consegue constatar, senão vejamos: Segundo o seu argumento, o Brasil não deve dar prioridade aos cristãos porque o Estado é laico, em conformidade com o mandamento constitucional. Pois bem, certamente vc não atentou para um detalhe indispensável nessa questão: os CRISTÃOS sírios e iraquianos estão sofrendo GENOCÍDIO nos territórios ocupados pelo Estado Islâmico, isto já reconhecido pelo Parlamento Europeu e Departamento de Estado dos EUA, o que não está acontecendo com os muçulmanos sírios. Isto é um fato! Dessa forma, a PRIORIDADE NÃO SE DÁ FUNDAMENTALMENTE POR CAUSA DA RELIGIÃO, E SIM, POR CAUSA DA NECESSIDADE HUMANITÁRIA DE UMA MINORIA QUE ESTÁ SENDO SISTEMATICAMENTE ELIMINADA ATRAVÉS DE GENOCÍDIO, e que está sendo RECHAÇADA em todo Ocidente, conforme eu narrei o acontecido nos EUA, que receberam mais de 12 mil MUÇULMANOS e apenas 68 CRISTÃOS no ano fiscal de 2016. Ademais, como vc não conhece a realidade da SHARIA (lei islâmica) que impõe perseguição terrível contra cristãos no mundo muçulmano, não tem como perceber que o Oriente Médio é uma região inóspita aos cristãos, os quais não estão recebendo a devida atenção da ONU e muito menos da Europa. Inobstante tal fato, O GOLFO PÉRSICO SE NEGA A RECEBER SEUS IRMÃOS MUÇULMANOS APESAR DE TER RECURSOS E TERRITÓRIO EM DEMASIA PARA ASSENTAR ESSES REFUGIADOS. SÓ NA ARÁBIA SAUDITA EXISTEM TENDAS CLIMATIZADAS COM CAPACIDADE PARA RECEBER 3 MILHÕES DE SÍRIOS, MAS ESTÃO VAZIAS e ONU está calada, assim como o Ocidente… Destarte, a obrigação moral de recolher muçulmanos é, em primeiro lugar, dos países ricos da região e não de um país em recessão com mais de 13 milhões de desempregados…
Sendo assim, a partir do momento que o OCIDENTE IGNORA O GENOCÍDIO CONTRA CRISTÃOS E MINORIAS e DÁ PREFERÊNCIA AOS MUÇULMANOS, É DEVER MORAL DO BRASIL ACOLHER A MINORIA RELIGIOSA MAIS PERSEGUIDA DA ATUALIDADE – CRISTÃOS – SOB PENA DE VIOLAR A LAICIDADE DO ESTADO A PARTIR O MOMENTO QUE DARIA PRIORIDADE A MUÇULMANOS CONFORME AGENDA DA ONU EM PAÍSES OCIDENTAIS. Percebeu como esse seu argumento de laicidade se voltou contra vc? Se o Brasil é laico, por que deveria privilegiar o recebimento de maior número de muçulmanos em detrimento dos cristãos, que sob o ponto de vista humanitário estão numa posição de desvantagem?
Enfim, não vou usar as mesmas palavras que vc ao afirmar para seu oponente que “como cristão deveria saber que o Estado é laico…” E não farei isso, porque sei que lhe falta conhecimento específico sobre o tema… Aliás, se vc tivesse participado de eventos em que participei sobre o assunto com o CONARE, ACNUR e especialistas, saberia que o Brasil não tem estrutura para receber NENHUM refugiado… essa é a triste realidade omitida por imprensa e governo… Mas isso é um outro assunto…
Andréa, existe pessoas que apenas fala, mas não pensa, é o caso da Karina…
Japão aceitou 28 refugiados em 2016, apesar do número recorde de solicitações
Publicado em 11 de fevereiro de 2017, em Notícias do Mundo
Embora seja um grande colaborador de organizações de ajuda internacional, o Japão ainda resiste a aceitar refugiados. Veja mais.
O Japão aceitou apenas 28 refugiados no ano passado, quando um número recorde solicitou asilo, mostrou um documento governamental com data de divulgação para sexta-feira (10), lançando foco na resistência da nação em aceitar estrangeiros.
Em 2016, 10.901 pessoas pediram asilo no Japão, alta de 44% em comparação ao ano anterior, quando o país aceitou 27.
Dos refugiados aceitos, 7 eram do Afeganistão, 4 da Etiópia e 3 da Eritreia, de acordo com o documento considerado pela Reuters. Não ficou claro se alguma pessoa da Síria solicitou ou ganhou asilo.
A imigração é um assunto controverso no Japão, onde a maioria se orgulha da homogeneidade cultural e étnica, mesmo com o envelhecimento populacional e encolhimento da força de trabalho. Embora seja um grande colaborador de organizações de ajuda internacional, o Japão tem sido relutante em flexibilizar as políticas de asilo ou permitir a entrada de mão de obra imigrante.
– Obs: se constata falta de noção, consiparações anarquicas ao ocidente ou desinformação dos apoiadores, pois: porque não se prestam assistencia na região dos conflitos ou os acolham nos territorios das “potencias”, como: as Guianas Holandesa, Inglesa e Francesa e ou suas ilhas espalhadas pelo atlantico e indico, como as ilhas malvinas?
Na minha visão o Brasil deveria receber somente refugiados cristãos , existem 40 países muçulmanos que possuem a mesma cultura,religião e costumes que os refugiados muçulmanos e até agora somente a Turquia acolheu, mesmo assim servindo como passagem pela Europa.
Outra questão é grave crise econômica,moral,de saúde e de violência a qual o país está passando com 13 milhões de desempregados , devemos cuidar primeiro de nossos irmãos brasileiros e depois dos outros.
Outra situação é tumulto que essas pessoas de cultura diferente trazem na Alemanha em apenas 1 anos cometeram mais 142mil crimes , com as leis alemãs sendo conivente e mídia acobertando os fatos
O povo Brasileiro majoritariamente Cristão deve se manifestar com veemência contra essa invasão que ja causa distúrbios pela Europa
Por que refugiados cristãos deveriam ser privilegiados se o país é laico? Nessas situações a religião não deveria ser levada em consideração, e sim a necessidade de cada um. Também não sou a favor de privilegiarem muçulmanos, mas eles são humanos como qualquer um. ACEITEM, O PAIS É LAICO!
Karina, esse questionamento já foi respondido acima, posto que vc utilizou o mesmo argumento errôneo da laicidade do Estado para estribar sua irresignação.
Laico ou ateu?
Nós estamos em um país laico!
Agora se você quer restringir a ação de cristãos, meramente porque assim são, isso sim vai contra o estado laico, pois vai contra o diteito constitucional de liberdade ao culto.
Estados que restringem essas liberdades geralmente eram, ou são ateus.
Alias nesses países, até ser homosexual é passível de morte, e ainda não entendo como pessoas que se dizem defensores da liberdade, saem a idolatrar pessoas como Che Guevara.
Ademais é necessário lembrar da cordialidade de países árabes com o governo estadounidense, então é necessário que essas áreas não sejam perturbadas com incômodos que poderiam afetar o preço e o controle do oligárquico conglomerado que forma a OPEP, a não ser que os EUA assim desejarem…
Prezados, Karina e Luciferiano será que o Brasil é laico mesmo? Até onde sei o nosso governo só legitima os feriados católicos obrigando quem quer trabalhar a folgar, e quem quer folgar (por questão de outra religião) não tem esse apoio do governo. Se nosso estado fosse laico deveria existir uma entre três opções: calendário privilegiando feriado a todas cerimônias de qualquer religião nesse país ou nenhum feriado referente a religião ou feriado somente àquele funcionário que declara ser de tal crença e que precisa de afastamento para exercer sua espiritualidade; se o Brasil seguisse uma dessas alternativas, aí sim seria um país laico, coisa que o Brasil nunca foi.
Olá Gustavo.
O Brasil é um país predominantemente católico, o mais país católico do mundo, diga se de passagem.
A questão não está atrelada ao laicismo, mas sim a cultura. Se o Brasil fosse de maioria espirita (seja afro ou kardecista), aí eu iria estranhar se os feriados de tais liturgias não fossem levados em consideração. Mas como a cultura católica/cristã é predominante, não vejo nada que afete o estado laico. Agora se fosse restrita ou vedada qualquer manifestação religiosa, ou ateísta em função de um regime cristão, isso não seria condizente com um país laico.
O que me incomoda são os (neo)ateus que sequer sabem o que é um estado laico, ficarem de mimimi querendo tirar crucifixos das paredes, fechar igrejas, mas não se incomodam com outros símbolos religiosos como os obelíscos e imagens de deuses pagãos em prédios públicos (como o que tem na frente do STF).
E ninguém reclama da religião nos feriados santos (pros católicos, não pra mim) e do carnaval (que teve orígem na saturnália, que é adoração ao deus Saturno).
Enfim, se a religião não atua como fator determinante para a gestão do estado, apenas como aspecto cultural, isso não vai contra o estado laico.
mesmo sabendo do instinto perverso do qual “eles” não abrem mão?… o que o Brasil ganha com isso? seria o mesmo que ” encher nossas casas com serpentes e dizer que não a perigo algum de sermos picados”, prudência e caldo de galinha é bom p/ saúde….