Blaise Pascal foi matemático, físico, filósofo e teólogo. Ele criou várias teorias e argumentos que são usados até hoje pela ciência. Pascal criou um argumento, chamado de “Aposta Pascal”. Ela postula que há mais a ser ganho pela suposição da existência de Deus do que pelo ateísmo, e que uma pessoa racional deveria pautar sua existência como se Deus existisse, mesmo que a veracidade da questão não possa ser conhecida de fato.
Esse trabalho foi pioneiro no campo da teoria das probabilidades, marcou o primeiro uso formal da teoria da decisão, e antecipou filosofias futuras como existencialismo, pragmatismo e voluntarismo.
O formato do argumento
- Se você acredita em Deus e estiver certo, você terá um ganho infinito;
- Se você acredita em Deus e estiver errado, você terá uma perda finita;
- Se você não acredita em Deus e estiver certo, você terá um ganho finito;
- Se você não acredita em Deus e estiver errado, você terá uma perda infinita.
Pascal propõe que se siga um caminho que ele próprio já teria passado, e que é possível se ter autêntica fé com o exercício da mesma.
Análise através da teoria da decisão
As possibilidades definidas pela aposta de Pascal podem ser pensadas como uma escolha em indecisão com os valores da matriz de decisão seguinte:
Assumindo estes valores, a opção de viver como se Deus existisse (B) domina a opção de viver como se Deus não existisse (~B), enquanto alguém assumir a probabilidade positiva de que Deus exista. Em outras palavras, o valor esperado de se escolher B é maior ou igual àquele de escolher ~B. A perspectiva do ganho infinito é suficiente para Pascal fazer seu ponto, como ele afirma:
Mas existe aqui uma infinidade em uma vida infinitamente feliz a se ganhar, uma chance de ganho contra um número finito de chances de perda, e aquilo que você aposta é finito. Tudo é dividido; aonde quer que esteja o infinito, não existe um número infinito de chances de perda contra a chance de ganho, não há tempo para hesitar, você deve apostar tudo. Pensées Secão III nota 233, página 39
De fato, de acordo com teoria da decisão, o único valor que importa na matriz acima é o +∞ (infinito não negativo). Qualquer matriz do seguinte tipo (em que f1, f2, and f3 são todos números finitos positivos ou negativos) resultam em (B) ser a única escolha racional.
Obviamente que do contexto ético e moral, a argumentação de Pascal é inapropriada, pois analisa a questão da racionalidade da fé baseada no custo-benefício, ou seja, não por amor como deve (ou deveria) ser, isto pode acabar banalizando a crença em Deus se visto apenas como um melhor resultado da equação.
Logicamente que a Aposta Pascal envolve vários outros argumentos e teorias. Porém, o mais importante de tudo isso é que…
Mesmo que você acredite que Deus exista, mas vive como se Ele não existisse, estará perdendo seu tempo. A revelação do Deus invisível em Jesus Cristo é a forma mais real de conhecê-lo, então, se você crê em Deus, deve também seguir o que Jesus Cristo nos deixou, pois Ele é a expressão exata de quem é Deus.
Referências:
Rational Wiki – Pascal’s wager
Imagem fonte: Reprodução Google
2 pensamentos em “Matematicamente é mais racional crer em Deus do que não crer”
Informar-se continua a ser a melhor opção.
http://cafehistoria.ning.com/profiles/blogs/a-cren-a-em-deus
Concordo que informar-se continua a ser a melhor opção, por isso esse site é sobre informação. Vi algumas postagens suas e vi que o senhor é ateu, ou pelo menos se identifica como. Percebi que existem muitas dúvidas quanto a fé, com relação as passagens bíblicas que ao senhor parecem simplórias ou contraditórias e portanto negaria à um Deus onipotente, onisciente, etc; ou de suas críticas à historicidade e relatos correlativos à outras culturas da antiguidade.
Creio que todas essas dúvidas possam ser respondidas na medida que há descobertas, sejam pessoais, com relação a espiritualidade ou físicas, com relação à historicidade e estudos concernentes às áreas de interesse. Uma coisa gostei no seu blog, você sempre procura ser cordial, isso é muito inteligente e cativante ao seu leitor.
Eu não quero ser presunçoso, mas gostaria de lhe propor uma leitura: o livro “Cristianismo Puro e Simples” de C.S. Lewis. Ele era ateu também, tinha muitas dúvidas (que considerava certezas no sentido que negavam a ideia de Deus) parecidas com as que vi no seu blog. Creio que, mesmo que o senhor não pense ou não queira mudar sua opinião, essa leitura será maravilhosa, como conhecimento mesmo.
Grande abraço e tudo de bom!