O processo mais importante realizado dentro das células é a fabricação das proteínas. Todas elas feitas utilizando as instruções que estão no DNA. Esse processo para a fabricação de proteínas era tido como único e definitivo no campo da biologia molecular. Mas uma pesquisa da Universidade de Utah, publicada em 2015 pela revista Science, mostra que existem exceções para ele: algumas proteínas conseguem fazer outras proteínas.
Normalmente, as proteínas são feitas a partir de aminoácidos que ficam dentro das estruturas celulares chamadas de ribossomos. O “DESIGN” de cada proteína, que fabricam de anticorpos até músculos, é codificado no DNA e entregue aos ribossomos por moléculas chamadas de RNA mensageiro (RNAm). Nelas, essas informações genéticas são usadas por outra molécula parecida, o RNA transportador (RNAt), para construir a proteína.
A pesquisa publicada encontrou uma nova forma pela qual uma proteína é construída dentro das células. Uma proteína chamada “Rqc2” faz o trabalho que normalmente seria feito pelo RNAm. Ela se conecta ao RNAt, “pedindo” que os ribossomos insiram uma sequência aleatória de aminoácidos na cadeia de proteínas.
Esse processo parece ser parte de uma “reciclagem” que ocorre quando existe uma falha no processo de construção de uma proteína. Quando um erro é introduzido na cadeia de aminoácidos, os ribossomos param de trabalhar e “chamam” um grupo de proteínas que fazem um controle de qualidade, incluindo o Rcq2.
Ao observar esse processo, os pesquisadores perceberam que o Rqc2 se liga ao RNAt e pede que ele insira uma sequência aleatória de dois aminoácidos dentro da cadeia de 20 aminoácidos. Os pesquisadores acreditam que o comportamento do Rqc2 possa ser um fator essencial para manter o organismo livre de proteínas defeituosas.
É possível que ele seja o responsável pela marcação das proteínas que devem ser destruídas pelo organismo, e que a inserção da cadeia de aminoácidos com erro possa ser apenas um teste para definir se o ribossomo está trabalhando corretamente. A ciência já sabe que pessoas com doenças como Mal de Alzheimer, por exemplo, possuem defeitos nesse “controle de qualidade de proteínas”.
Entender as condições exatas nas quais o Rqc2 é ativado, e porque ele não é acionado em alguns momentos, é o próximo passo nessa pesquisa, que poderá ser importante no desenvolvimento de novos tratamentos para doenças degenerativas.
E você, o que acha?
Será que esse “controle de qualidade molecular e automático” presente no ser humano é resultado de um processo acidental do acaso e do tempo? Ou é um projeto de criação inteligente elaborado pelo Arquiteto da vida?
Fonte:
Info – Cientistas descobrem primeira proteína que pode corrigir outras proteínas;
Science – Rqc2p and 60S ribosomal subunits mediate mRNA-independent elongation of nascent chains
2 pensamentos em “Descoberta primeira proteína que pode corrigir outras proteínas”