Há mais de um ano venho cumprindo uma difícil missão no mundo evangélico: tentar conscientizar igrejas e respectivas lideranças cristãs sobre a horrenda perseguição religiosa que vem causando inimaginável sofrimento aos cristãos em países muçulmanos.
Luto contra o tempo em razão da perspectiva de diversos analistas de direitos humanos que afirmam estarmos vivendo a “era dos genocídios”, em virtude dos diversos conflitos que solapam estados no Oriente Médio e África. Nesses conflitos, as comunidades mais vulneráveis são as minorias religiosas, que são atacadas por várias facções terroristas islâmicas e por turbas muçulmanas que não costumam ser rotuladas como “extremistas” pelos estudiosos do tema, mas perpetram horrendos atos de violência contra comunidades minoritárias sem que a imprensa divulgue tais violações dos direitos humanos.
Dada a necessidade de ações para conscientização humanitária a fim de que a Igreja brasileira perceba seu “dever” de enviar socorro às vítimas da perseguição religiosa e conflitos sectários, principalmente quando essas vítimas comungam da fé cristã, tenho palestrado em igrejas usando fontes fidedignas de informação acerca das atrocidades que ocorrem com os cristãos, inclusive em países onde os muçulmanos são minorias, tais como Filipinas e Quênia. Uma das informações que considero indispensáveis falar para um público que desconhece quase que totalmente a realidade da perseguição se refere ao martírio que vem sofrendo a cristã Asia Bibi.
Em todas as igrejas onde promovo palestras tenho perguntado quantos conhecem o “símbolo internacional da luta contra a lei da blasfêmia”. Até o momento, nenhum cristão respondeu “sim” à pergunta que está atrelada ao verdadeiro “choque de civilizações” em que vivemos, pelo que a civilização ocidental está sendo paulatinamente submetida à sharia (lei islâmica) por imposição da civilização muçulmana, com o devido apoio das elites ocidentais.
Infelizmente, grande parte dos cristãos brasileiros não conhece a cristã Asia Bibi, uma verdadeira “guerreira da fé”, que galgou o posto acima mencionado, já que o martírio que vem sofrendo em prisão paquistanesa tem sido reconhecido por instituições de direitos humanos como exemplo corajoso na difícil luta contra a lei da blasfêmia.
Essa mãe de cinco filhos trabalhava nos campos de uma aldeia no centro do Paquistão onde a temperatura chega aos 40ºC. Ao ter sede, tirou um balde do fundo do poço e despejou um pouco de água numa xícara de metal para beber. Posteriormente, encheu novamente a xícara e ofereceu a uma mulher que estava ao seu lado, ensejando a repulsa das muçulmanas, que exigiram a conversão de Asia Bibi ao Islã para redimir-se de sua “religião imunda”.
A cristã não aceitou converter-se ao Islã, ação esta suficiente para ser caracterizada como crime passível de morte, uma vez que, segundo a lei islâmica, teria tornado a “água impura” ao mergulhar novamente a xícara no poço depois de ter bebido nela. A cristã cometeu “blasfêmia” merecendo condenação máxima: pena de morte por enforcamento.
O governador de Punjab, Salman Taseer, se comoveu com a injustiça cometida contra Asia Bibi e se dirigiu à prisão para demonstrar solidariedade, o que ocasionou seu assassinato executado pelo próprio segurança, que ao ser condenado pelo crime, fez com que milhares de “muçulmanos moderados” fossem às ruas clamar pela morte imediata da cristã. O ministro para as Minorias, ShanbazBhatti, esteve conversando pessoalmente sobre o tema com Hillary Clinton, mas também foi executado covardemente por tentar ajudar Asia Bibi.
O papa Bento XVI manifestou apoio público pedindo a soltura da prisioneira que vive em condições sub-humanas enquanto apenas o marido e o advogado têm permissão para vê-la. Contudo, o papa Francisco esteve frente a frente com o marido e a filha de Asia Bibi na Praça de São Pedro, mas não aproveitou a oportunidade para interceder pela vida que deveria ser tão valiosa para toda a Igreja. Além disso, nenhum cristão europeu foi às ruas protestar contra a condenação dessa corajosa mulher ou mesmo contra as leis anticristãs no Paquistão.
A família daquela que deveria ser considerada uma “heroína da fé” foi totalmente dilacerada, tendo que mudar de residência mais de 15 vezes em 5 anos. Atualmente, o marido AshiqMasih mora com três filhas em uma Escola da Fundação Renascentista de Lahore e os outros dois filhos estão escondidos em um lugar protegido devido ameaças de morte.
Asia Bibi também vive sob ameaça na prisão, pois islamistas aumentaram a recompensa pelo assassinato dela para 50 milhões de rúpias paquistanesas, que equivalem a US$ 678.000,00. Segundo seu advogado, muitos cristãos são mortos em suas celas antes mesmo de serem apresentados aos tribunais para apreciação judicial da acusação de blasfêmia.
Todavia, após 6 anos de prisão, autoridades paquistanesas informaram que o processo já está em instância final de julgamento[1], sendo certo que a decisão será prolatada na segunda semana de outubro. É lógico que os noticiários da grande mídia não divulgarão essa importante informação, porém, sites de notícia católicos e evangélicos têm noticiado.
Assim, chegou o momento em que essa cristã vítima de ódio religioso mais precisa dos seus irmãos de fé para se unirem em demonstração de apoio pela sua absolvição e consequente soltura. Será que teremos grandes nomes da mídia gospel e lideranças cristãs influentes mobilizando as redes virtuais para lutar pela vida de mais uma “desprezada das nações”?
Referências:
[1] ACI Digital
Imagem fonte: Reprodução Google
2 pensamentos em “O martírio silencioso de Asia Bibi – condenada a morte por beber água no mesmo poço que muçulmanos”
Andréa, parabéns por este belo trabalho que faz em pró das pessoas que crêem em Cristo. Os Cristãos só querem seguir a Cristo em paz e nunca agridem nem matam ninguém, e mesmo assim são perseguidos e mortos.
Mais nosso Mestre Jesus nos alertou que seria assim.
Parabéns! Continue firme em Jesus, para seguir em defesa dos Cristãos perseguidos ao redor do mundo.
Juntos estaremos nesta jornada pela Libertação das MASMORRAS HEDIONDAS de PAQUISTÃO de Nossa Irmã Cristã ASIA BIBI. Vamos tornar esta Injustiça Conhecida em Nossa NAÇÃO BRASILEIRA.